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Resenha | 1984, George Orwell


Guerra é paz.
Liberdade é escravidão.
Ignorância é força.

Sobre o livro
Romance distópico clássico do autor britânico George Orwell. Terminado de escrever no ano de 1948 e publicado em 8 de Junho de 1949, retrata o cotidiano de um regime político totalitário de modelo comunista. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela.
O romance tornou-se famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um regime coletivista-socialista na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular. O termo "Orwelliano" surgiu para se referir a qualquer reminiscência do regime ficcional do livro. O romance é geralmente considerado como a magnum opus de Orwell.

De fato, 1984 é uma metáfora sobre o poder e atuação dos regimes comunistas, Orwell o escreveu animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e às gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o estalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração: percebe-se facilmente que o Grande Irmão não é senão Stalin e que o arqui-inimigo Goldstein não é senão Trotsky.

Explicando que seu objetivo básico com a obra era imaginar as consequências de um governo stalinista dominante na sociedade britânica, Orwell disse:
"1984 foi baseado principalmente no comunismo, porque essa é a forma dominante de totalitarismo. Eu tentei principalmente imaginar o que o comunismo seria se estivesse firmemente enraizado nos países que falam Inglês, como seria se ele não fosse uma mera extensão do Ministério das Relações Exteriores da Rússia."
Minhas impressões
Após uma guerra mundial, o mundo foi dividido em três super potências: Oceânia, Eurásia e Lestásia. A história se passa na Oceânia, que é dividida hierarquicamente: O Grande Irmão, O Núcleo do Partido, Os Membros do Partido e Os Proletas.
O líder da Oceânia é representado pela figura do Grande Irmão, porém quem governa o país é o Núcleo do Partido. A Oceânia possui um regime totalitário, sendo assim os membros do Partido são vigiados 24 horas por dia através das teletelas.
Neste mundo opressor vive o protagonista Winston Smith, ele está insatisfeito com o seu modo de vida e passa a questionar o sistema, o protagonista começa a sua revolução íntima contra o partido.
Um dos muitos questionamentos do protagonista é o passado. Ele trabalha no Ministério da Verdade, responsável por alterar o passado, e suas lembranças do passado são contraditórias a verdade do Partido. Mesmo sabendo que o passado foi alterado ele não pode contestar, pois uma vez que o passado foi alterado, o que havia antes dessa alteração não existia e nunca existiu.
Na Oceânia existe um personagem que luta contra o Partido, Emmanuel Goldstein, e os adeptos das filosofias dele formam uma organização chamada Confraria. Wisnton Smith sonha com o dia que fará parte dela.
Após a sua rebelião interna contra o Partido, Winston coloca sua rebeldia em prática ao se envolver com Júlia. Júlia faz parte de um grupo celibatário, mas esse voto de castidade é apenas fachada.
A forma que Júlia encontrou de se rebelar contra o partido foi a luxúria, algo que o Partido abomina, pois para ele prazer individual é inaceitável, o coito é apenas uma forma tortuosa de proliferar.
Júlia é um personagem peculiar, pois mesmo tendo atitudes contrárias as doutrinas do Partido, a política é entediante para ela.
Um diálogo entre Winston e Júlia torna isso evidente:
"Outra coisa em que não estou interessada é na próxima geração, meu querido. Só estou interessada em nós."
"Você só é rebelde da cintura para baixo", disse ele.Ela achou aquela frase brilhantemente inteligente e envolveu-o nos braços, deliciada.
Foi um prazer fazer a resenha de 1984, pois ele é um dos meus livros favoritos, a linguagem é de fácil acesso mesmo tratando de um tema tão "pesado", por esse motivo é genial.
Nesse governo o individual não existe, mas sim o coletivo. Todos são um só e fazem parte do estado, assim como na doutrina fascista que dizia que a nação era elemento integrante do estado.
Esse regime da Oceânia faz lembrar as afirmações de Mussolin:
Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado.
Isso significa que o Estado é um fim em si mesmo. Diferentemente do regime fascista, o controle físico não bastava para o Núcleo do Partido, era necessário o controle psicológico, por esse motivo foi criada a Polícia das Ideias e delitos como pensamento-crime. Orwell elevou o nível de controle ao seu estado máximo. Se você gosta de livros nesse formato, então 1984 é uma leitura obrigatória!

Eu fiz um post sobre a novafala, onde exploro melhor o pensamento-crime, o duplipensar, criminterrupção e outros termos no livro que me fascinaram.
Para conferir clique aqui.

Titulo: 1984 | Autor: George Orwell | Editora: Cia das letras | Páginas: 414 | Gênero: Distopia | Edição: 10,0 | Narrativa: 10,0 | Desenvolvimento: 10,0 | Trama: 10,0
NOTA: 10,0

2 comentários:

  1. Opa, bela resenha! :)
    Confesso que comecei a ler esse livro na primeira metade desse ano, mas com tantas outras leituras acabou ficando para trás e então acabei deixando para lê-lo em outro momento.
    Mas quero muito ler, é um daqueles livros que não podem deixar de ser lidos! hahaha
    Beijos, Lerissa K :D
    lerissakunzler.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Oi Lerissa, retome a leitura ele é realmente ótimo! =D
      Obrigada pela visita ^^
      Beijos

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