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As únicas coisas eternas são as nuvens...



Mário Quintana

Já li diversos livros do Mário Quintana e sempre releio. Os poemas do autor são maravilhosos, o autor consegue ir do padrão clássico aos limites da prosa e da linguagem coloquial.
Fico sem palavras para falar sobre o autor, já que ele é um dos meus poetas favoritos, alguns dos seus poemas me fazem refletir sobre a vida e outros me fazem rir.
Dentre os meus favoritos estão:

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem."

Da Felicidade
"Quantas vezes a gente, em busca de ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"

Das Utopias
"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!"


Biografia
Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana.
No ano de 1914 iniciou seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
Em 1915, ainda em Alegrete, frequentou a escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, onde conclui o curso primário. Nessa época trabalhou na farmácia da família. Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato, no ano de 1919. Começou a produzir seus primeiros trabalhos, que são publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.
Por motivos de saúde, em 1924 deixou o Colégio Militar. Empregou-se na Livraria do Globo, onde trabalhou por três meses com Mansueto Bernardi. A Livraria era uma editora de renome nacional.
No ano seguinte, 1925, retornou a Alegrete e passou a trabalhar na farmácia de seu pai. No ano seguinte sua mãe faleceu.
Em 1929, começou a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande,que era dirigida por Raul Pilla. No ano seguinte a Revista do Globo e o Correio do Povo publicaram seus poemas.
Em 1930, foi para o Rio de Janeiro, entusiasmado com a revolução liderada por Getúlio Vargas, também gaúcho, como voluntário do Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre.
Voltou a Porto Alegre, em 1931, e à redação de O Estado do Rio Grande.
 
O ano de 1934 marcou a primeira publicação de uma tradução de sua autoria:Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Começou a traduzir para a Editora Globo obras de diversos escritores estrangeiros: Fred Marsyat, Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant, dentre outros. O poeta deu uma imensa colaboração para que obras como o denso Em Busca do Tempo Perdido, do francês Marcel Proust, fossem lidas pelos brasileiros que não dominavam a língua francesa.
Retornou à Livraria do Globo, onde trabalhou sob a direção de Érico Veríssimo, em 1936.
A primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, foi lançada em 1940 pela Editora Globo. Obteve ótima repercussão e seus sonetos passaram a figurar em livros escolares e antologias.
Em 1943, começou a publicar o Do Caderno H, espaço diário na Revista Província de São Pedro.Canções, seu segundo livro de poemas, é lançado em 1946 pela Editora Globo.
Lançou em 1948, Sapato Florido, poesia e prosa, também editado pela Globo. Nesse mesmo ano foi publicado O Batalhão de Letras, pela mesma editora.
Seu quinto livro, O Aprendiz de Feiticeiro, versos, de 1950, foi publicado pela Editora Fronteira, de Porto Alegre.
Em 1951 foi publicado, pela Editora Globo, o livro Espelho Mágico, uma coleção de quartetos, que trazia na orelha comentários de Monteiro Lobato.
Em 1962, sob o título Poesias, reuniu em um só volume seus livros A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, espelho Mágico e O Aprendiz de Feiticeiro.
Com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, foi publicada sua Antologia Poética, em 1966, pela Editora do Autor.
A Antologia Poética recebeu em dezembro daquele ano o Prêmio Fernando Chinaglia, por ter sido considerado o melhor livro do ano. Recebeu inúmeras homenagens pelos seus 60 anos, inclusive crônica de autoria de Paulo Mendes Campos publicada na revista Manchete no dia 30 de julho.
Em 1975 publicou o poema infanto-juvenil Pé de Pilão, co-edição do Instituto Estadual do Livro com a Editora Garatuja, com introdução de Érico Veríssimo.
Faleceu em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos.

Escreveu Quintana:

"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".



"A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".

Obras 
Em Português
- A Rua dos Cata-ventos (1940)
- Canções (1946)
- Sapato Florido (1948)
- O Batalhão de Letras (1948)
- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)
- Espelho Mágico (1951)
- Inéditos e Esparsos (1953)
- Poesias (1962)
- Antologia Poética (1966)
- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil
- Caderno H (1973)
- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)
- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.
- A Vaca e o Hipogrifo (1977)
- Prosa e Verso (1978)
- Na Volta da Esquina (1979)
- Esconderijos do Tempo (1980)
- Nova Antologia Poética (1981)
- Mario Quintana (1982)
- Lili Inventa o Mundo (1983)
- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)
- Nariz de Vidro (1984)
- O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil
- Primavera cruza o rio (1985)
- Oitenta anos de poesia (1986)
- Baú de espantos ((1986)
- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)
- Preparativos de Viagem (1987)
- Porta Giratória (1988)
- A Cor do Invisível (1989)
- Antologia poética de Mario Quintana (1989)
- Velório sem Defunto (1990)
- A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação.
- Sapato Furado (1994)
- Mario Quintana - Poesia completa (2005)
- Quintana de bolso (2006)

Em espanhol
- Objetos Perdidos y Otros Poemas (1979) - Buenos Aires - Argentina.
- Mario Quintana. 
Poemas (1984) - Lima, Peru.

Participação em Antologias
No Brasil
- Obras-primas da lírica brasileira (1943)
- Coletânea de poetas sul-rio-grandenses. 1834-1951 - (1952)
- Antologia da poesia brasileira moderna. 1922-1947 - (1953)
- Poesia nossa (1954)
- Antologia poética para a infância e a juventude (1961)
- Antologia da moderna poesia brasileira (1967)
- Antologia dos poetas brasileiros  (1967)
- Poesia moderna (1967)
- Porto Alegre ontem e hoje (1971)
- Dicionário antológico das literaturas portuguesa e brasileira (1971)
- Antologia da estância da poesia crioula (1972)
- Trovadores do Rio Grande do Sul (1972)
- Assim escrevem os gaúchos (1976)
- Antologia da literatura rio-grandense contemporânea - Poesia e crônica (1979)
- Histórias de vinho (1980)
- Para gostar de ler: Poesias (1980)
- Te quero verde. Poesia e consciência ecológica (1982)

No Exterior:
- La poésie brésilienne, 1930-1940 - Rio de Janeiro (para circulação no exterior) (1941)
- Brazilian literature. 
An outline. - New York (1945)
- Poesía brasileña contemporánea, 1920-1946 - Montevideo (1947)
- Antologia de la poesía brasileña - Madrid (1952)
- La poésie brésilliene contemporaine - Paris (1954)
- Un secolo di poesia brasiliana - Siena (1954)
- Antología  de la poesía brasileña - Buenos Aires (1959)
- Antología de la poesía brasileña. Desde el Romanticismo a la Generación de Cuarenta y Cinco - Barcelona (1973)
- Chew me up slowly - Porto Alegre (para circulação no exterior) (1978)
- Las voces solidarias - Buenos Aires (1978)

2 comentários:

  1. Não gosto muito dele, mas amei os poemas hahaha parabéns pelo post amore, beijos
    http://estantedorefugio.blogspot.com.br/

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    1. Oi Amanda, tudo bem?
      Ah eu amo o Quintana <3
      Os poemas são lindos e meus favoritos... É meio injusto citar três, porque eu amo algumas dezenas, mas não iriam caber no post rs
      Beijos e obrigada pela visita =D

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