A máquina do tempo, H.G. Wells


"Não há inteligência onde não há mudanças nem necessidade de mudanças. Só desenvolvem a inteligência aqueles animais que têm de enfrentar uma enorme gama de perigos e necessidades. Assim, ao que se me afigurava, o homem do Mundo Superior acabara reduzido àquela frágil beleza, e o Mundo Subterrâneo à mera indústria mecânica."

Sobre o livro
A Máquina do Tempo é o primeiro romance de H.G. Wells. Depois de vários rascunhos e versões, foi finalmente publicado em 1895. O livro teve sucesso instantâneo no Reino Unido, e sua fama logo se espalhou por outros países. Chamado de "homem de gênio", considerado um pioneiro, Wells abriu caminho não só para seus livros e sua visão de mundo, mas para novas possibilidades temáticas na literatura.
Lançado agora em nova tradução pela Alfaguara, A Máquina do Tempo é o primeiro e mais importante romance moderno sobre viagens no tempo, e um clássico da literatura mundial. Com uma narrativa envolvente, H.G. Wells cria a fabulosa jornada de um cientista inglês a um mundo futuro, desconhecido e perigoso. Acompanhamos suas descobertas, seu deslumbramento e o horror que, aos olhos do viajante, aos poucos se anuncia.

Minhas impressões
A máquina do tempo é um clássico de ficção científica publicado em 1895 pelo autor H.G. Wells. O autor é considerado por muitos como o criador da ficção científica moderna, pois esse livro é extremamente importante, tendo sido o primeiro a tratar sobre viagem no tempo.
Para quem não foi contextualizado, a obra pode parecer simplista. Isso porque, hoje, em pleno século XXI, viagem no tempo é um assunto saturado, mas no século XIX era pioneiro.

A história começa com uma reunião entre cientistas, onde o viajante no tempo apresenta sua máquina de viagem temporal e relata sua inusitada aventura pelo futuro. Nessa empreitada ele chega no ano de 802.701, onde encontra os Elóis, criaturas humanoides pacíficas e dóceis habitando uma terra paradisíaca, sem grandes preocupações, vivendo apenas do ócio.
Aparentemente os Elóis vivem tranquilamente, como se tivessem chegado no ápice da harmonia humana, porém a realidade não é bela, muito menos harmônica. Quando nosso viajante do tempo descobre que sua máquina desapareceu se dá conta de que há muito mais mistérios nessa nova sociedade do que aparenta. É a partir desse momento que ele começa a analisar o mundo ao seu redor, então conhece outras criaturas humanoides, porém essas são agressivas, esquivas e vivem no subterrâneo. Ele os denomina Morlocks.
Ao analisar o comportamento desses seres, ele constata que eles são responsáveis por todo o trabalho dessa era, eles o fazem de maneira mecânica, como se fossem natural para eles, além produzirem tudo, eles se alimentam dos Elóis.

Ao começar a leitura desse livro eu esperava explorações futuristas de tecnologia, mas o que percebi foi uma crítica social. Há a representação da classe dominante e da classe dominada, Elóis e Morlocks. O autor mostra a sua visão de como seria o mundo se o capitalismo fosse levado até as últimas consequências. Percebemos isso ao fazer uma analogia da época em que o livro foi escrito. Os trabalhadores braçais desenvolviam o seu trabalho em fábricas escuras, nesse caso os Marlocks seriam a evolução desses trabalhadores, pois moram no escuro, tem sensibilidade à luz e vivem para produzir. Para os Morlocks, seu modo de viver é tão natural quanto respirar.
Em contrapartida, os Elóis não produzem, apenas vivem do ócio e recebem roupas, alimentos, moradia. Eles não são exploradores, pois para eles o seu modo de viver é o natural. Eles são a evolução da classe dominadora. O autor ainda faz uma referência ao medo que a classe privilegiada tem da violência gerada pela desigualdade social, isso é representado pelo canibalismo dos Morlocks.
Tanto Elóis, quanto Morlocks vivem de acordo com o que acham que seja o natural, sem tomar consciência dos problemas que existem, uma referência a alienação humana.

Com base em todas as minhas percepções da obra, diria que ela é uma crítica ao modo como vivemos. Ouso dizer que ela tem mais caráter sociológico do que revolucionário, o que não tira sua importância no pioneirismo do conceito viagem no tempo. A máquina do tempo é um pequeno grande livro, uma obra prima que deve ser lida pelos amantes de ficção científica e por aqueles leitores que não são tão fãs, pois esse livro vai além da ideia de viagem no tempo.

Titulo: A máquina do tempo | Autora: H.G. Wells | Editora: Alfaguara | Páginas: 145  | Gênero: Ficção científica | Edição: 9,0 | Narrativa: 10,0 | Desenvolvimento: 8,0 | Trama: 9,0
NOTA: 9,0

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4 comentários:

  1. Oii, tudo bem?

    Me parece que lá em 18etantos ele já pensava em problemas que só evoluiriam e se tornariam piores nos mundos de hoje, e consigo transformá-los em um livro que fez sucesso, mas muitos não adaptaram a crítica a suas vidas. Já ouvi falar muito do Wells, mas nunca li nenhum dos livros. Gostei demais da resenha e vou procurar por ele.

    Beijos

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  2. Olá!
    Ainda não conhecia esse livro, mas acho que é porque não sou muito focada em Sci-Fi. Fiquei intrigada para conhecer a trama, pois gostei muito da questão de a crítica social ser mais presente do que o futuro. Fiquei curiosa para ler e conhecer essa trama que parece ter sido esplendidamente construída.
    Beijos

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  3. Olá!

    Já tinha ouvido falar nele, mas não sabia do que se tratava, parece ser bem importante, além de ser todo um pioneiro. Parabéns pela resenha!

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  4. Oi, tudo bem?
    Eu tenho um exemplar de A Máquina do Tempo mas nunca tive curiosidade de ler, acredita? Tenha uma trava com a leitura de clássicos, por causa das imposições das escolas, mas confesso que sua resenha me deixou bem curiosa e acho que já está na hora de superar, né?
    Bjs!

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